sábado, 7 de março de 2009

O encontro - I

Ele estava atrasado.
Tinham-se conhecido há duas semanas, através de um amigo em comum. Desde então, de cada vez que se viam, os olhares não paravam, a vontade crescia, o calor da antecipação começava a tornar-se insuportável.
Finalmente, mas sem abrirem o jogo directamente, combinaram um encontro num bar sossegado, a uma hora mais tardia, para... falarem um pouco.
Diana estava prestes a ir embora, quando vê uma silhueta a entrar pela porta.
Ele estava vestido para matar, aquelas jeans que se lhe moldavam tão bem na zona traseira, camisa preta solta, o cabelo que quase lhe escondia o olhar. Quase. Porque nele ela conseguia ler a sofreguidão do desejo, a luta pela indiferença.
- Olá, desculpa o atraso... Tive um imprevisto.
Ela faz um olhar neutro acompanhado de um meio sorriso - Tudo bem. Pensei em ligar-te, caso te tivesses esquecido do nosso café.
- Esquecer..? Tu tornas essa palavra impossível, Diana.
Num ligeiro corar, ela sorri, enquanto ele se senta à sua frente.
A mesa é pequena, dois é o número ideal. As pernas tocam-se ligeiramente, os olhares prendem-se, torna-se quase impossível esconder a vontade.
O empregado aproxima-se, aponta os pedidos, e deixa-os sozinhos.
- Estou um pouco cansada de ser sensata, Gabriel - diz-lhe Diana, de olhos fixos nos dele, enquanto desliza a perna encostada às suas - sei bem o que quero, e é por isso que aqui estou.
Ele faz uma expressão de surpresa, pega-lhe na mão e fá-la levantar-se, com uma pressa repentina.
Paga ao balcão, envolve-a na cintura com o braço e trá-la para a rua.
Está a chover, uma chuva suave, que os rodeia quando ela o puxa para si e o beija. Um roçar de lábios, a princípio, que leva o som da respiração a aumentar de velocidade a misturar-se com o som da chuva, seguido de um entreabrir de lábios, que recebem a língua dele, sôfrega, explorante. O beijo torna-se quase insuportavel, os corpos colam-se, cada vez mais húmidos.
As pessoas que passam são-lhes invisíveis, o desejo inunda-os.
Ele desce com os lábios, pelo queixo dela, segue caminho através de beijos até ao seu pescoço, que mordisca e quase bebe, reclamando-a como sua.
- Vens comigo? - pergunta-lhe Diana, com respiração entrecortada.

(Continua)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Strawberry Lips


Mordes-me?

Uma lambidela talvez...

Despe-me das folhas e crava-me na tua boca,

Deixa-me escorrer pelos teus lábios,

Inundar-te com o meu sabor...

E deixar-te viciado...por mais.